Cinema e Arquitetura: Eduardo e Mônica (2022)
Quando nos referimos ao casal “Eduardo e Mônica”, nossa fala soa com a mesma naturalidade de quando comentamos sobre amigos próximos, afinal, o brasileiro cresceu (ou melhor, amadureceu) ouvindo a ilustre canção da Legião Urbana. Agora, pela primeira vez, o casal se destaca nos cinemas, através da adaptação do diretor Rene Sampaio, com ilustres performances de Gabriel Leone (Eduardo) e Alice Braga (Mônica). E muito mais que uma história de amor, o longa metragem de 2022 é uma homenagem a arquitetura brasileira!
Em um dia atípico, uma série de coincidências levam Eduardo a conhecer Mônica em uma festa. Uma curiosidade é despertada entre os dois e, apesar de não serem parecidos, eles se apaixonam perdidamente. Em Brasília, na década de 1980, esse amor precisa amadurecer e aprender a superar as diferenças.
O público já conhece a história, porém, a novidade está em sua adaptação para a grande tela. O diretor concretiza sua ideia de maneira sólida, com o livre arbítrio criativo e respeito ao trabalho da Legião Urbana. Na composição da narrativa, os cenários se tornaram elementos fundamentais, principalmente, quando o assunto é Brasília da década de 1980. Tratam-se de locações reais, consideradas símbolos da capital , como:
Congresso Nacional do Brasil
Tombado em 2007, o Palácio do Congresso Nacional é um dos mais importantes trabalhos do arquiteto Oscar Niemeyer. Inaugurado em 1960, suas instalações possuem o estilo International Style, que une funcionalidade com aspectos modernistas.
“Arquitetura não constitui uma simples questão de engenharia, mas uma manifestação do espírito, da imaginação e da poesia
No Palácio do Congresso, por exemplo, a composição se formulou em função desse critério, das conveniências da arquitetura e do urbanismo, dos volumes, dos espaços livres, da oportunidade visual e das perspectivas e, especialmente, da intenção de lhe dar o caráter de monumentalidade, com a simplificação de seus elementos e a adoção de formas puras e geométricas. Daí decorreu todo o projeto do Palácio e o aproveitamento da conformação local, de maneira a criar no nível das avenidas que o ladeiam uma monumental esplanada e sobre ela fixar as cúpulas que deviam hierarquicamente caracterizá-lo.” – Oscar Niemeyer.
Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek
Fundado em 1978, expande-se diante de 420 hectares, sendo considerado o maior parque urbano da América Latina. Dentre o planejamento, Lúcio Costa assinou a organização urbanística, Oscar Niemeyer e Glauco Campello foram os responsáveis pela construção dos prédios e Burle Marx se dedicou ao paisagismo. Inicialmente, era denominado como Rogério Pithon Farias, no entanto, em 1997, foi renomeado como Parque Dona Sarah Kubitschek. Atualmente, o parque possui diversas atrações, como: ciclismo, patinação, pistas de caminhada, parque de diversões, lagos artificiais e centro hípico.
Teatro Nacional
Apesar de estar fechado há mais de sete anos – e sem previsão para ser reaberto – o Teatro Nacional Claudio Santoro é um projeto de Oscar Niemeyer, em colaboração com o cenógrafo: Aldo Calvo, com a finalidade de ser o principal prédio cultural da nova capital do Brasil. Foi inaugurado em 1966. Sua principal característica é o painel externo, medindo 125 metros de base e 27 metros de altura. De acordo com Niemeyer, o edifício deveria conter um aspecto sólido, pesado e ao mesmo tempo, leve.
Esses são apenas alguns cenários da ilustre história de amor brasileira. Você não pode deixar de aproveitar essa experiência – e conferir muitos outros! “Eduardo e Mônica” está em cartaz nos cinemas!
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Texto: Enzo Gabrielloni Rossi